outubro 18, 2013

Perfect Sense

No mundo onde ainda haviam sentidos recordei-me das várias histórias.
Do juíz e da modelo no filme francês. Da enfermeira perturbada no apartamento de Chicago. Dos fragmentos sentimentais da peça de teatro do Maria II. Na casa vazia, de madrugada, onde te esperava, degolada pelo desejo.
Recordei-me ainda deitada sobre as letras da história de Calouste e daqueles vultos que caminhavam nas direcções grandiosas do sucesso.
Da rapariga a estudar longe, e do gelo das ruas de leste.
Eu lembrara-me, ainda que vagamente, das prateleiras quase negras de mogno que abraçavam os livros em cobertor, e que seriam colocadas na sala pequena. No espaço sem cheiro só com ideias.
E depois, alguns segundos significativos depois, tudo ficou mais vazio e feio. Foram todos perdendo os sentidos. Até ficar o vazio, no entanto todo.
O sentido perfeito - o amor.


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