outubro 15, 2012

50.

Dá-nos para isto. Para estes laivos de loucura e simpatia de vez em quando. Levamo-nos na mala de viagem  um do outro e fazemos negócios com o tempo para nos voltarmos a ver. É como tudo. Encaixamo-nos. Ultimamente passo-lhe cheques e batom nos lábios. Sem ti aprendi a oferecer mais coisas a mim mesma, mais amor mas também mais corpo. Não sou mulher apenas para o espelho, mas também  para ti e para todos os que se parecem contigo. E tu que és sacana, vestes-te de azul como se não entendesses esta minha provocação. Para ti vou usar saltos e maquilhagem para mim e para impressionar o meu mundo, mas no fundo ando de perna trabalhada e postura elegante para ti, por ti. Porque te quero desalmadamente a arrancar um elogio da boca, a levar-me contigo para o sítio certo-que tu sabes de cor- e a pedir por mim outra vez. Porque somos melhores um colado ao outro. A sacana com o sacana. Não percebeste? Então retomo: somos impressionantes do mesmo lado da fotografia, apesar de não aparecermos muito nela. Estamos quase sempre do outro lado a dançar. A seduzir. Porque temos química, porque vestimos azul e existimos aos sábados. Volto a repetir. Vai haver sempre um dia em que despimos a roupa e baixamos a guarda e percebemos que tu és o homem e eu sou a mulher. E mulher que anda de salto e vestido curto tem que andar com homem de ténis bonitos e t-shirt espampanante. Então agora, já podemos voltar ao sábado?


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