janeiro 12, 2011

mail box


No outro dia reparei que tenho tido o diário hábito de ir verificar a caixa do correio todos os dias pela manhã. Faz-me sentir bem quando acordo ainda no silêncio da manhã e o sol espreita pelas frestas das portadas. É triste que tenhamos que as ter. Mas sim, não me incomoda assim tanto abri-las. Tomei-lhe o gosto. De respirar o ar frio da noite quando vou sacudir a toalha da mesa do jantar e de dar um mero passeio ao jardim ao fundo da rua para passear o cão ou observar a relva verde que de tempos a tempos é cortada para dar nova vida.

Não me imagino sem esses momentos. Porque no fundo são eles que se dignificam a eles mesmos sem sequer se darem ao trabalho de trair os seus praticantes.

De uma maneira ou de outra acabamos por viver acontecimentos que seriam impossíveis se não fosse a combinação do costume e do inesperado a actuar nas nossas vidas. Por isso, ainda guardo os sapatos de rebuçado que estavam no jardim. É como se estivessem à minha espera e a testar a minha curiosidade pela simplicidade de uns sapatos de vidro azuis marinho.

E sim não nego o desejo de me ver num lugar bem longe daqui. São desejos reais e imutáveis. Não seria também maravilhoso sair de casa e entrar pela porta de um café chamado 2ª casa? Sente o cheiro das tartelettes e das panquecas com 'golden syrup' ao estilo inglês. Ou simples marons franceses numa mesa tradicional numa casa de campo.

Às vezes consigo ouvir os pássaros nobres ao fundo do terreno, lá ao fundo onde as crianças se entreteem a comer morangos sem se importarem com as nódoas da camisa. E sim um sítio onde predomina o vestido branco e o batom vermelho.

Consegues imaginar ou só te passou pela cabeça um destes dias?

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