janeiro 16, 2011

crepe de chocolate


Esta manhã enquanto ainda dormia o meu pai ao sair de casa despediu-se de mim com um beijo na testa e minutos mais tarde quando acordei, dei de caras com um pequeno rebuçado de limão em cima de mesa de cabeceira. Para muitos de voçês pode não significar muito, mas amo o meu pai por estas pequenas coisas. Pelos pequenos presentes pouco valiosos que me enchem o coração e me deixam de sorriso no rosto.


Comecei agora a ler o livro 'O dia em que te esqueci' da Margarid Rebelo Pinto e por vezes a minha memória enche-se de frases que tiro daqui e ali. É assim que eu funciono. Retenho tudo o que vejo, tudo o que ouço e tudo o que sinto. Sinto-me como um bebé em fase de crescimento e aprendizagem. Dou por mim sentada numa mesa de jantar no meio do centro comercial a fechar os olhos e ouvir os sons à minha volta. Fechei os olhos por poucos segundos (todos nós fazemos isso de vez em quando, senão inúmeras vezes) e a meio do jantar reparei no mesa pequena de dois onde estavam sentados frente a frente pai e filha pequena de 4 ou cinco anos. A ternura daquele pai dedicado fez-me regressar áquela imagem vezes e vezes sem conta. A príncipio pensei que apenas estariam à espera da mãe que fora buscar alguma coisa esquecida, mas não. Estavam apenas ali, pai e filha a desfrutar de um jantar a dois que nem dois enamorados. Foi assim que no final da noite de ontem me apercebi de que ainda existem coisas magníficas. Poucas mas existem.


E ainda me surpreendeu mais o facto de o rapaz da Pans and Company ter sido tão simpático comigo. Utilizou as tácticas de venda que dispunha e juntou-as a um sorriso e proporcioniu-me uma boa refeição. Noites felizes não precisam de ser passadas num restaurante de luxo.


Quero-te contar tudo. Dizer-te tudo o que senti naquele momento. Nos poucos segundos em que estive sozinha no meu da selva e peguei na caneta e no bloco e apontei tudo. Apontei todos os segundos que me proporcionaram naquele momento. Foi rápido mas bom.




Mas para acabar de te contar tudo tenho que te dizer que o senhor que vi o telemóvel com uma lupa do tamanho de um computador não me provocou riso. Achei-lhe graça. Achei-lhe graça pela simplicidade e pela honestidade das suas dificuldades.



Espero que te divirtas. Vive.






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