julho 06, 2010

série de filmes


Eu sou a Alice. A Alice salvou três crianças e uma vez pintou o cabelo de vermelho. A Anna faz retratos de desconhecidos a preto e branco. Faz exposições e mostra o medo na cara das pessoas.
A Alice foi atropelada e quando se apaixonou pelo homem que a levou ao hospital não imaginava na trapalhada em que se tinha metido. O amor é assim. Ela não o conseguia ver, tocar. Apenas sentir algumas vezes, e todas essas vezes que ela o experimentou, foi tudo por água a baixo.
É por isso que dizem que quem acredita no amor à primeira vista nunca pára de o procurar. Nunca. Nunca paramos. Nunca paramos por um segundo de imaginar a possibilidade de nos apaixonarmos por baixo de uma laranjeira, no minuto em que entramos na mercearia ou na noite em que vestimos um vestido dos anos 60 e acabámos a dormir no passeio da rua.
Esse amor não existe. Hoje esse amor não existe. Deve estar pendurado algures numa grua sobre os nossos tectos ou a espreitar sobre a Lua a rir-se de nós.


Mas não importa. Porque a Alice salvou três crianças e uma vez pintou o cabelo de vermelho. Depois disso ela vive o resto.

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